A Fortaleza

Desafio: 
Este módulo teve por base o livro de Franz KafKa, em que nos foi posta a questão: “Hoje acordas-te diferente… o que é que em ti está diferente?”.
No princípio os desenho como resposta á pergunta eram muito figurativos, começando depois por me afastar para o abstracto a pedido dos professores. Assim criei o meu desenho final abstracto, no entanto está presente ainda a essência do meu conceito lá. Fiquei satisfeito com o resultado, experimentei algo que nunca antes tinha feito, o projectar ou criar objectos abstractos.


Conceito:

Fortaleza...
Hoje acordei diferente… reparei e assustei-me, estava num descampado em cima de um monte, perguntei-me o que faria ali. Senti-me imóvel… é verdade! Estava imóvel, no entanto via em todas as direcções, uma sensação estranha como se a imagem que visse estivesse desfocada. Remexi os bolsos e encontrei um pequeno cofre que me tinha sido confiado para proteger…   

Referenciais a utilizar na exploração do conceito:


Eu decidi procurar na internet imagens que tivessem a ver com a minha peça, no entanto só aparecia elementos que todos conhecemos e que nada transmitem de novo. Encontrei depois esta imagem que me mostrou uma forma bastante simples de transmitir a ideia do meu conceito, sendo esta imagem a que me influenciou para uma das minhas explorações de ideias.
Definição de fortaleza: substantivo feminino; conjunto de construções de defesa de um local

Pesquisa:

Visita ao museu do Azulejo:

No passado dia 28 de Setembro, a turma foi, juntamente com os professores Fernando Sarmento e Elsa Gonçalves, ao museu do azulejo no âmbito da disciplina de Tecnologias.
Participámos numa visita guiada e tira-mos apontamentos assim como fotografias.
As salas estavam dispostas por séculos e temas ordenadas cronologicamente.
Começámos por uma sala em que estava exposto azulejos hispano-morísticos juntamente com as técnicas arcaicas:
·     Alicatado: O azulejo que tem uma única cor, que após ser cozido é como que raspado e até cortado de forma a criar figuras irregulares, tinha o propósito de ser exposto em mosaico.
·     Corda seca: técnica utilizada no final do séc. XV e princípios do séc. XVI, eram feitos contornos das figuras abrindo sulcos no azulejo que eram preenchidos por óleo de linhaça, manganés e matéria gorda evitando a mistura de cores durante a aplicação e a cozedura.
·     Aresta: calcava-se o barro cru por baixo do azulejo de forma a criar “muros” no azulejo par impedir a mistura de cores.
·     Relevo: era adicionado aos azulejos barro de forma a criar relevo.

A senhora que nos guiava explicou que neste tempo produziam um azul claro, ao contrário do séc. XVIII e XIX, com óxido de estanho e azul.

Posteriormente fomos para um local onde predominava os azulejos medievais, usando a técnica da faiança. Que consiste em cobrir com óxido de estanho, que era de uma cor branca, o azulejo pintar por cima e cobrir com óxido de chumbo para impedir a mistura de cores na cozedura.
A senhora na altura comentou que os portugueses na altura conciliavam bastante o azulejo com o espaço envolvente.
Neste tempo predominavam os azulejos ponta de diamante de influência espanhola.
Depois passamos para uma sala com azulejos do séc. XVII onde predominavam as padronagens com influências dos têxteis indianos e parte na porcelana chinesa.
Conhecemos certos padrões utilizados na época como o padrão das parras.
Observamos também um padrão que pertencia a um altar que tinha sido inspirado nos têxteis indianos:
De seguida dirigimo-nos á sala de caça onde os azulejos tinham sido retirados do palácio da praia e repostos naquela sala, onde aí estava decorada com azulejos do séc. XVII que representavam cenas de caça, azulejos cobertos com óxido de estanho e pintado com verde, utilizando o óxido de cobre mas devido aos azulejos terem sido cozidos com as faces viradas umas para as outras é possível ver sombras de alguns desenhos noutros azulejos, e partes mais carregadas e até escorridos da tinta verde:
 Vimos depois um padrão a que se dá o nome de barrada, sendo uma imagem de um vaso de flores rodeado de pássaros.
Passamos depois para o séc. XVIII caracterizado por imagens do quotidiano, imagens pormenorizadas e o estilo rococó e Neo Clássico. O azulejo era influenciado pela porcelana chinesa (branco do óxido de estanho com desenhos a azul):
 Nos azulejos deste seculo, é possível ver a diferença do azulejo português para o azulejo estrangeiro, no portugues a pincelada era mais expressiva, e as molduras eram bastante ornamentadas e trabalhadas.
Vimos que foi nesta altura que começou a aparecer as figuras de convite:
Fomos para uma sala onde observamos azulejos do estilo Neo Clássico, tendo um carácter femeeiro, leve, onde predomina o branco e as flores:
De seguida fomos para uma sala onde tinha exposto azulejos do séc. XIX, diversos tipos de azulejo visto que com a revolução industrial começou-se a produzir nas fábricas azulejos, predominava a azulejaria romântica e o azulejo com relevo:

Fomos depois para a parte do séc. XX onde observamos diversos quadros de diversos feitios. Neste séc. predominava o estilo a arte nova e moderna, caracterizada por ondulamentos, tendo como exemplo o Painel de azulejos de padrão de Raul Lino (1879-1974)
Falámos também de grandes artistas no mundo do azulejo como:
·          Jorge Barradas
·          Maria Carl
·          Manuel Cargaleiro
·          Bela Silva
Acabámos a visita com o painel panorâmico da vista de Lisboa antes do terramoto de 1755.
Após a visita pediram-nos para escolher um quadro e desenhá-lo. E então eu escolhi:





Fernando Pessoa
  Júlio Pomar n.1926
  Projecto de 1984, realizado em 1990
  Lisboa, Fábrica Cerâmica Viúva Lamego

Explorações de ideias:







Selecção e Desenvolvimento de uma Ideia:








 Realização:

 Relatório da Aula de Demonstração:



A 12 de Outubro na aula de tecnologias o professor fez várias demonstrações sobre o barro e suas técnicas, as diversas características da cozedura, da sua pintura …

O professor começou por falar sobre a secagem, dizendo que é lenta, que após a secagem a peça diminui, a cor fica mais clara. Apontando para a questão de não por as peças ao sol pois a secagem não seria ao mesmo ritmo. Acrescentando Ainda que se as peças forem muito complexas terão que ser ensacadas de modo a secagem ser toda, em toda a parte ao mesmo ritmo.
Explicou também que a partir de 550 graus as peças deixam de ter humidade de existência.

A seguir o professor falou sobre a cozedura, apontando para os patamares de secagem, ir aumentando 50 em 50 graus até aos 350, 450 graus dependendo da complexidade das peças. Após isso liga-se o forno para fazer 60 graus em cada hora até aos 1000.
Desliga-se e espera-se que o forno arrefeça, que pode demorar de meio a um dia, começa-se por abrir a porta do forno devagar quando o forno estiver a 150 graus, a partir dos 100 graus abre-se completamente e com luvas, próprias para o efeito, tira-se as peças.

 O professor depois explicou o que temos que fazer na pintura, dizendo que se pode pintar com cores ou vidrados e, que a seguir, tem que levar uma segunda cozedura, aumentando 120 graus por hora até aos 1000, ficando, após isso, 30 minutos a 1000 graus para os vidrados se uniformizarem.
O professor acrescentou ainda 1ue podíamos pintar com tintas de água (óxidos diluídos em água) ou com óxidos. Dizendo depois as diversas cores que os óxidos davam:
Cobre - verde
Ferro - castanho
Cobalto - azul
Estanho - branco (apenas como base)
Chumbo - brilho


Posteriormente o professor explicou e demonstrou as diversas técnicas que temos mo barro:

-Lastra:

Para formar placas de barro uniformes e com a mesma espessura usando as réguas com a espessura que desejamos, uniformizando-se depois com o rolo da massa.

-Vazamento ou modelação a partir de um bloco:
Cria-se um cubo fazendo 5 lastras, depois amontoa-se as mesmas e corta-se ao mesmo tempo as 5 lastras, de forma a criar 5 quadrados iguais, depois com a ajuda da lambugem cola-se de forma criar um cubo sem base.

Podemos ainda criar um cubo com as mãos cortando-se ao meio e retirando o interior das duas metades, como está na imagem, depois cola-se as duas metades com a lambugem.


-Técnica da bola
Cria-se uma esfera ao amassar constantemente o barro, depois perfura-se com o dedo e comprime-se o barro para as margens



-Técnica dos rolinhos:
Amassa-se o barro de forma a criar rolinhos depois vai-se criando a forma amontoando os rolinhos com a ajuda da lambugem. Depois alisa-se com os dedos as margens.


Imagens da peça que criei em cerâmica:





Apresentação Final:


Na minha apresentação em Projecto, como foi pedido, fiz uma representação interagindo com a plateia, sentia-me surpreso por estar naquele lugar e acabo por descobrir que tenho algo para proteger, a partir daí incentivo a plateia a tentar retirar-me o tesouro no entanto não conseguem, e acaba a apresentação comigo a dizer que nada tocará no tesouro enquanto eu for vivo. Esta foi a apresentação que eu escolhi para mostrar aquilo que a minha fortaleza sugere:
·        Força
·        Protecção
·        Mistério

Apresentação de Tecnologias:


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